Os factos sobre Compostos de berílio

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Os factos sobre Compostos de berílio

Última atualização January 24, 2025

De acordo com as estimativas mais recentes, cerca de 20 000 trabalhadores na UE estão potencialmente expostos ao berílio. O berílio tem uma classificação harmonizada ao abrigo do regulamento CRE como agente cancerígeno de categoria 1B, o que significa que provavelmente causa cancro do pulmão nos seres humanos.

O berílio pode também causar sensibilização da pele e doença crónica do berílio (CBD ou beriliose). As principais vias de exposição ao berílio e aos seus compostos são a inalação de poeiras e fumos e o contacto dérmico com produtos que contêm berílio.

Onde ocorrem os riscos

Os processos com a exposição presumivelmente mais elevada são a fusão, o vazamento e o trabalho a quente, bem como a trituração mecânica de ligas de berílio. As profissões com elevado risco de exposição ao berílio são os fabricantes e transformadores de ligas de berílio, os trabalhadores da cerâmica, os técnicos de mísseis, os trabalhadores de reatores nucleares e os trabalhadores de equipamentos elétricos, eletrónicos e óticos. Existem também riscos na fundição de metais não ferrosos e na transformação primária do cobre e, no caso da produção de alumínio, a exposição pode ser causada pelo teor de berílio da bauxite. A exposição profissional pode também levar à exposição domiciliária ao berílio presente no vestuário de trabalho, embora em alguns países seja proibido levar o vestuário para casa.

Mais informações sobre a substância

O berílio é um metal leve com um ponto de fusão e uma relação resistência/peso invulgarmente elevados. É a mais leve de todas as substâncias sólidas e quimicamente estáveis. O berílio metálico puro e as suas ligas com cobre e alumínio são utilizados na indústria aeronáutica e em veículos espaciais, reatores nucleares e componentes áudio. Os compostos inorgânicos de berílio, com óxidos, cloretos, fluoretos, hidróxidos, sulfatos e nitratos, são utilizados em muitas outras aplicações.

Como é que os sintomas te podem afetar

A inalação de poeiras contendo berílio pode provocar falta de ar, tosse, fadiga, perda de peso, febre e suores noturnos. Em casos graves, pode ser fatal se inalado e tóxico se ingerido. A exposição prolongada pode causar doença aguda ou crónica do berílio, uma doença pulmonar progressiva, ou mesmo cancro do pulmão. O período de latência do cancro relacionado com o berílio varia entre 15 e 25 anos. A sensibilização ao berílio pode resultar da inalação ou exposição da pele a poeiras, fumos, névoas ou soluções de berílio.

O que podes fazer

  • A forma mais eficaz de evitar a exposição é utilizar alternativas sem berílio ou com menor concentração de berílio. Se os produtos que contêm berílio não puderem ser substituídos, a exposição ao berílio e aos seus compostos deve ser reduzida através de medidas técnicas (por exemplo, utilização em sistemas fechados ou ventilação por exaustão local onde possa ocorrer emissões).
  • Limpar os equipamentos e superfícies de trabalho (máquinas, chão) apenas por aspiração ou por via húmida.
  • Realizar periodicamente medições representativas da exposição, de modo a saber quando e onde devem ser tomadas medidas.
  • Sensibilizar continuamente os trabalhadores para os efeitos da exposição e incentivá-los a reportar os sintomas iniciais. Recomenda-se o apoio de um médico do trabalho.
  • Além disso, dar formação aos trabalhadores sobre os perigos, procedimentos de trabalho seguros e medidas de higiene eficazes. Completar esta formação com equipamento de proteção individual, sempre que as outras medidas exequíveis não sejam suficientes para reduzir a exposição abaixo dos limites de exposição. Os equipamentos de proteção individual só devem ser utilizados em último recurso, após terem sido implementadas as medidas técnicas possíveis.
  • Os trabalhadores devem também lavar a cara, as mãos e os antebraços antes de comer, fumar ou aplicar cosméticos. O contacto prolongado da pele com poeiras contendo berílio deve ser sempre evitado.

Referências: Anexo VI CRE quadro 3, IARC, CDC, CAREX, OSHA, NIOSH, CE, BeST

Valores-limite

UE

Desconhecido, mas podem aplicar-se limites nacionais.

Áustria

0,00002mg/m³ (TWA) fração inalável a partir de 12.07.2026
0,002mg/m³ Fração inalável a curto prazo a partir de 12.07.2026

Bélgica

0,00005 mg/m3 (TWA)
0,01 mg/m3 (curto prazo)

Bulgária

Diretiva da UE

Croácia

Diretiva da UE

República Checa

Diretiva da UE

Chipre

Diretiva da UE

Dinamarca

0,00002 mg/m³ (TWA)
0,00004 mg/m³ Curto prazo

Estónia

0,0006mg/m³ até 2026
0,0002mg/m³ a partir de 2026

Finlândia

0,0001 mg/m³ (TWA)
0,0004 mg/m³ a curto prazo

França

0,0006 mg/m³ (TWA)
32,5 mg/m³ a curto prazo

Alemanha

0,00014 mg/m³ (nível de tolerância)
0,00006 mg/m³ (nível de aceitação)

Grécia

Diretiva da UE

Hungria

0,0006 mg/m³ (TWA)

Islândia

Diretiva da UE

Irlanda

0,0002 mg/m³ (TWA)

Itália

0,0006 mg/m³ até 2026
0,0002 mg/m³ a partir de 2026

Letónia

0,0002 mg/m³

Lituânia

Diretiva da UE

Luxemburgo

Diretiva da UE

Malta

Diretiva da UE

Países Baixos

Berílio e compostos inorgânicos de berílio: TWA 8h: 0,0006 mg/m3 (sensibilização da pele e do trato respiratório)

Macedónia do Norte

0,002 mg/m³ (TWA)
0,008 mg/m³ a curto prazo

Noruega

0,0002 mg/m³ (TWA)
0,0002 mg/m³ (curto prazo)

Polónia

0,0002 mg/m³ (TWA)

Portugal

Diretiva da UE

Roménia

0,0002 mg/m³ (TWA)

Sérvia

Diretiva da UE

Eslováquia

Diretiva da UE

Eslovénia

Diretiva da UE

Espanha

VLA-ED = 0,0002 mg/m3

Suécia

0,0006 mg/m³ até 2026
0,0002 mg/m³ a partir de 2026

Turquia

Diretiva da UE

Referências: cancer.gov, EFSA, IARC, EC, NIOSH, OSHA, CAREX

Base de dados GESTIS

O conjunto de dados pode ser utilizado para efeitos de saúde e segurança no trabalho ou para obter informações sobre os perigos colocados pelas substâncias químicas.

Factos gerais

Factos sobre os agentes cancerígenos:

  • Os custos diretos da exposição a carcinogéneos no trabalho em toda a Europa estão estimados em 2,4 mil milhões de euros por ano.
  • Todos os anos, cerca de 120.000 pessoas contraem cancro devido à exposição a agentes cancerígenos no trabalho
  • Anualmente, mais de 100.000 pessoas morrem devido a cancro relacionado com o trabalho.
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